quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Dois anos depois!

Fala aí hermanos de som, tudo bem? Isso mesmo, voltei com esse projetinho de distribuição gratuita de conteúdo e conhecimento pros meus amigos da técnica e curiosos. Comecei esse blog mas por falta de tempo devido a demanda de trabalho precisei parar e acabei esquecendo ele, até hoje. To preparando as produções do SELVA (vou falar mais pra frente) e vi que depois de 2 anos tantas coisas aconteceram e tantas coisas eu aprendi, e pensei '' vou escrever sobre tudo'', então você que da uma lida aqui, fica ligado e cola comigo!

Meus meninos do Selva quebrando tudo

Vamos falar sobre pré-produção e produção (função que estou desempenhando no Selva atualmente), dificuldades sobre a área, minha visão sobre a profissão, a diferença entre trabalhar no Rock e na música eletrônica, minha passagem pela técnica do Torture Squad, meus trabalhos com bandas e artistas estrangeiros e vários outros pontos técnicos. A maior dificuldade do nosso lifestyle é encontrar informações da profissão já que não existe regulamentação, por isso eu montei esse blog pra contribuir de alguma forma com os profissionais que já trabalham na área, pra quem está começando e pra quem quer trabalhar.

Vamo que vamo!

Beijo do gordo!

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Acabamento

E ai roadies, tranquilão? Vamos falar de acabamento? Se liga aí:



A ideia pra esse post veio quando eu estava em Floripa conversando com um colega de trampo e estávamos debatendo alguns detalhes. Por falar nisso, Floripa é linda! Ao lado do hotel onde fiquei nesse último fds, além da praia, tinham umas dunas de areia incríveis:



Bom, vamos lá. Quero compartilhar com vocês como eu faço o acabamento do palco, lembrando que após a montagem acontece a passagem de som e logo em seguida entra em ação o acabamento, ok? Alguns manos da técnica com quem eu já trabalhei preferem dar o acabamento antes da passagem de som, eu não curto muito e também não recomendo, mas não existe regra, portanto, faça como você preferir e de um jeito que as coisas fluam legal. 

O acabamento nada mais é do que o "pente fino" ´pra deixar o palco tinindo, é nessa hora que devemos tomar várias atitudes de prevenção pros músicos conseguirem se apresentar sem nenhum problema e com tranquilidade e o no final das contas rolar um showzão monstro pra todo mundo. Assim como existe uma sequência de montagem, existe também uma sequência pro acabamento mas diferente da montagem, o acabamento não tem regras. Eu faço o seguinte: crio uma lista cronológica pra não me confundir e conseguir finalizar rapidamente. Saca só:


BATERIA
  • reforçar os apertos das estantes, pratos (respeite o músico e a folga pros pratos que ele utiliza), banco e pedal;

  • double-check na caixa, esteira, automático e presilha do chimbal;

  • verificar se as peças da bateria não estão andando (observe durante o soundcheck);

  • checar microfonação das peças, chimbal e over;
  • verificar cabos sample, D.I (direct box), Power Click e outros;
  • Microfone e pedestal (se houver);

BAIXO
  • Checar Amp e cabeçote;
  • Verificar correia e straplock;
  • Checar ligações no set de pedais;
  • Checar trasmissor (se houver) ou cabo P10
  • Microfone e pedestal (se houver);
  • Afinar;

GUITARRA
  • Checar Amp e cabeçote;

  • Verificar correia e straplock;
  • Checar ligações no set de pedais;

  • Checar transmissor (se houver) ou cabo P10

  • Microfone e pedestal (se houver);
  • Afinar;

VOZ LEAD

  • Checar transmissor (se houver);
  • Microfone e pedestal;
  • Monitores;

Agora que checamos tudo dos músicos, vamos para o palco geral:

GERAL
  • Cole o setlist nos respectivos lugares (cada gig é uma gig, cada músico é um músico);

  • Limpe cabos sobressalentes (aqui tem um macete, não existe regra. coloque embaixo do praticável, passe uma fita, cole nas laterais do palco, deixe o palco apresentável para fotos e/ou videos e mais importante libere espaço pro músico trabalhar, ninguém quer ver o músico tropeçar durante o show ou arrancar cabos sem querer. Acontece!!)

  • Reforce as tomadas com isolante. Dependendo do lugar, o grave acaba movimentando algumas coisas no palco, então cole!!
  • 97% das vezes o backstage é muito escuro, então sinalize as linhas de circulação, entrada e saída do palco mesmo que a casa de show seja pequena (essa sinalização também pode ser feita antes da montagem);
  • Faça um line check nos microfones junto com o técnico de som (Sabe quando você era criança e ia em quermesses da igreja e tinha um cara chato no palco que ficava falando: 1, 2, teste, sommmm, testandoo, 1, 2. Então, isso é um line check hahaha, seja breve e não seja chato. Fale uma ou duas palavras pra verificar e siga em frente!)

Pra fazer esses acabamentos existem vários tipos de fitas de diferentes cores e tamanhos. Vou colocar aqui as básicas pra desenvolver um trabalho bem top, saca só:
  • Isolantes - uso em equipamentos eletrônicos, tomadas, etc. Várias cores e tamanhos e pode ser usada pra marcações pequenas também.
  • Crepe - a mais famosa é a bege mais ela também é vendida de diversas cores. A bege é boa pra uso em backstage (setlist da equipe nas portas, workstation, etc) , por ser feia e não colar em várias superfícies não é legal usar no palco. As coloridas podem substituir as fitas Gaffer na sinalização de palco por serem bem mais baratas, mas obviamente as fitas gaffer são melhores.
  • Gaffer - Várias cores e tamanhos também. Mais famosa e mais utilizada fita em palcos e sets de filmagens por não deixar resíduo de cola ao ser retirada e por sua superfície ser fosca e não refletir a luz. Perfeita pra esconder cabos e dar acabamento.
  • Silver Tape - fita prateada que é vendida também na cor preta. Excelente substituto pra estrada quando a renda está baixa hehehehe. Não é legal dar acabamento em cabos com ela já que na hora de retirar ela deixa resíduo de cola.
Bom, é isso meus hermanos de guerra e de suor. Espero ter somado mais uma vez. qualquer coisa mandem mensagem. Obrigado mais uma vez pra galera que me da um feedback positivo, bom saber que estou somando. To pensando seriamente em fazer um canal no Youtube com alguns videos de dicas pra galera da roadagem. Nos vemos nos palcos da vida. Bom carnaval!

Beijo do gordo!!

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

A Gringa

Yo, como estão os hermanos da técnica? 

Como foram de Natal e Ano Novo? Varios rangos pesados né? Espero que sim, comer é vida hehehe. Depois dessas festas todas, estou de volta pra compartilhar com vocês um pouco da minha experiência e pra continuarmos aprendendo juntos, demorou? Então vamos ao que interessa.

Nesse período que não postei nada aqui no blog eu fiz alguns trampos, todos muito legais e como sempre, aprendi mais um pouco. Pra fechar 2016 trampei com os hermanos da Forte Norte no Canil Fest em SP e foi bem massa. Pra começar 2017 tive a oportunidade de viajar a trabalho com a galera responsa da Organi'c pra Argentina onde fizemos 2 datas: Rosario e Córdoba, e manos, que experiência super enriquecedora! Se liguem:



Esse foi o Day 2, show dos manos em Córdoba. No dia anterior a Organi'c fez um show em Rosario e se quiser sacar como estava a vibe é só clicar neste link:


Enfim, foi foda! Mais do que nunca o que já trocamos de ideia aqui no Blog (workstation, troca de palco, conduta e conhecimento, etc) foram mais do que essenciais pro preparo e desenrolar sem problemas dos shows, por isso repito, estude e se aplique, conhecimento é essencial! Como nem tudo são flores (lá vem o gordão com os BO's hehe) uma parada ficou na minha cabeça e que de certa forma foi um empecilho: o idioma.

Rapeize, sério, nunca tinha estado num país que falasse espanhol (ou castellano como dizem os hermanos) e foi muito difícil me comunicar com o Stage Manager de lá das duas datas. Em Rosario o Stage falava inglês então como falo também, foi mais tranquilo. Em córdoba, show de grande porte com várias pessoas na técnica, foi mais complicado já q a maioria não falava inglês, e tem mais, evento grande você precisa estar preparado. 10 minutos tentando se comunicar são 10 minutos a menos pra desenrolar seu trampo e quem trampa na técnica sabe que tempo é precioso pra trabalharmos com tranquilidade. 




Ainda estou aprendendo muita coisa mas de certa forma minha bagagem me deixou preparado pra encarar essa guerra e foi incrível! Todos os profissionais com quem tive contato são apaixonados pelo que fazem, tem um conhecimento exímio da sua área de atuação e com certeza o Brasil tem muito o que aprender. Sinto que as coisas aqui aos poucos estão chegando com a estrutura e amor pelo trabalho como acontece fora. Casas menores com uma estrutura excelente deixam algumas casas grandes daqui do Brasil no chinelo, como aconteceu em |Rosario, saca só essa pic:


Microfones Audix OM2, Mesa de som Crest Century 1990 analógica com periféricos, monitores Meyer Sound  MJF-208, e por aí vai. Se eu passar o rider do rolê, pra quem curte vai cair o queixo. Se liga no aquário da batera, legal pra caralho, evita vazamento nos microfones ainda mais o Audix que precisa trabalhar com o ganho um pouco mais elevado pra chegar num tibre massa. O som tava tinindo, muito muito próximo as frequências e timbres do Chili Peppers. Aqui no Brasil eu nunca vi uma casa desse mesmo porte com um equipamento tão foda quanto, fora que os profissionais dominam e amam o que fazem, resultado: trampo feliz com rendimento altíssimo e consequentemente um puta show.

Então é isso, espero ter somado em alguma coisa pra vocês que curtem o Blog. Por falar nisso, eu comecei essa parada pra compartilhar com quem curte e quem quer aprender e pra trocarmos experiências e conhecimentos, sem pretensão de alcançar nada mas to tendo um feedback bem legal de acessos e uma galera me mandando algumas mensagens, então obrigadooooooo, gordão ama vcs hahaaa XD

Agnt se tromba nos palcos por aí, hermanos da técnica! Abraços!

domingo, 4 de dezembro de 2016

Troca de Palco

Hey Ho, hermanos!

Fiquei um tempo sem postar aqui pq tava numa correria na estrada com os manos da Organi'c e com outros trampos também. Nesse final de semana acabei ficando em casa pra resolver umas paradas e hoje to com um tempinho livre aí resolvi fazer este post pra compartilhar uma parada com vocês, então bora lá.

Nessas últimas semanas fiz alguns trampos bem legais, mas um que se destaca foi em Montenegro -RS com os manos da Organi'c e do Cachorro Grande, se liga aí:


Como sempre, todo trampo é um aprendizado quando você vai trabalhar com essa mentalidade, mas uma coisa é inevitável, trabalhar com profissionais que já estão no mercado a mais de uma década é outra coisa, o aprendizado é GIGANTESCO e o que mais me chamou atenção nessa gig foi a troca de palco e resolvi dividir o que eu penso com vocês.

A troca de palco ou "change over" é um trabalho hiper mega blaster super duper importante e de uma responsabilidade enorme pra nós, roadies. Pra quem não sabe, a troca de palco é o momento entre 2 shows num festival ou uma data que basicamente consiste em desmontar os instrumentos do palco e montar os instrumentos do próximo artista a se apresentar. Simples, né? Claro que não!

Um profissional da técnica sempre precisa se familiarizar sobre o local onde vai trabalhar já que você precisa montar todos os instrumentos (bateria, baixo, guitarra + amplificadores e set de pedais). Geralmente o tempo de troca de palco é de 20 a 30 minutos (estimativa ta galera, você sempre vai saber o tempo que tem pra trabalhar). Eu já peguei troca de palco de 10 minutos e é corrido, então a responsa de atraso ou não, depende de você! Olha só esse cronograma do show do Kiss aqui no Brasil, com trocas de palco de 30 minutos:



Eu separei umas dicas que podem te ajudar quando for trampar:

  • Se possível, acompanhe a montagem do palco
  • Se possível, chegue antes do seu horário de montagem
  • Conheça os profissionais da casa e dos outros artistas (técnico de som, roadies da empresa de montagem, tec de luz, etc), comunicação é essencial!
  • Monte sua workstation (lembra que já falei dela?) com antecedência
  • Se familiarize com o palco (house mix, pontos de AC, entradas e saídas, camarins, etc)
  • Respeite horários (não precisa nem falar, mas ainda tem gente que não respeita)

Rapa, basicamente é isso, espero ter somado. Lembre-se, nosso trabalho é fazer com que os músicos consigam trabalhar com tranquilidade e solidez e que o dia de evento corra sem problemas, então faça a diferença!! 

Nozessssss

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Workstation

Hello, rapa, frmz total?

Pro segundo post eu escolhi falar de um assunto que é importante pra qualquer profissional do backstage: sua workstation!

Uma workstation nada mais é do que uma "área de trabalho / estação de trabalho" onde nossos equipamentos e equipamentos da banda ficam organizados pra que possamos prestar a assistência necessária aos músicos antes, durante e após os shows. Assim como um músico tem seu gear (equipamento), um profissional do backstage também precisa ter.

Nesse final de semana tive 2 shows com os manos da Organi'c: Curitiba (certo, piá?) e Blumenau, e pela primeira vez usei meu case novo que encomendei com um amigo e professor, Bill Saramiolo. Antes eu usava uma caixa de plástico pra quebrar o galho, agora ta ficando legal. Se liga:


E agora o conteúdo:


Ainda to montando ele com algumas coisas essenciais que faltam em uma maleta de roadie. Se liga o gear até agora:

- afinador
- cabo p10
- fitas diversas (crepe, black e silver tape, gafer, tecido, isolante várias cores, durex)
- caixa de ferramentas (alicate de corte, alicate de pressão, chaves fenda e phillips diversos tamanhos)
- cordas reservas (bass e guitarra)
- chave de bateria
- lanterna
- pilhas reservas (AA e AAA)
- luvas multitato

Só pra não confundir: o case de um roadie NÃO é uma workstation, ele faz parte de uma workstation. Pra ilustrar, saca só:


A maleta de roadie junto de uma mesa, geralmente um praticável no backstage, ou algum suporte, formam uma workstation onde afinamos guitarras e baixos pra fazer troca de instrumento durante um show, as vezes trocamos cordas na emergência ou, num caso mais grave de problema técnico, temos nossas ferramentas para intervir em um circuito elétrico de amplificadores, pedaleiras, instrumentos ou até mesmo no sistema de monitores e PA. É muito importante que você monte sua workstation num local onde seja fácil se comunicar com os músicos e seja fácil trabalhar: organização, praticidade e agilidade são quesitos importantíssimos pra um roadie.

ATENÇÃO! É muito comum por aí vermos o "roadie" que chega no show, carrega as coisas e fica de braço cruzado. Esse mano não tem equipamento, não tem ferramentas e geralmente é um brother da galera da banda. Como diz um roadie amigo meu, esse carinha chamamos de "broadie". Não seja um "broadie". Responsabilidade, agilidade, segurança e conhecimento fazem a diferença, você é o alicerce e a zona segura dos músicos, nosso trabalho é preparar tudo pra que não existam falhas no show. Saiba diferenciar momentos de amizade e momentos de trampo!

Pra finalizar, uma foto de Blumenau do lado do hotel onde ficamos de frente pra Vila Germânica:


Valeu, vo come e dormi agora que é Day-Off!! Abraços do Gordão...

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Joga no Gordão

Salve salve meus manos. Meu primeiro post! :D

Comecei a mergulhar neste universo de backstage faz um tempo e me apaixonei pela função de Stage Manager e Roadie. Como muita gente me pergunta com curiosidade sobre o que eu faço, resolvi criar este blog pra compartilhar com a galera que quiser chegar pra trocar uma ideia sobre esse universo sem glamour e muito suor (literalmente) que é ser um profissional do backstage.

Vou postar sobre as trips que estou fazendo, meu gear (equipamento) de trampo, minha workstation (explico logo menos), alguns passo-a-passo que costumo fazer, etc. e claro, aprender também, afinal é pra isso que a gente trabalha e quanto mais trabalho mais sei que eu não sei nada (ué.......)

Enfim, sejam bem vindos, essa área é pra nozesss.

Ah, ja ia esquecendo, pra parada não ficar chatona e não bugar os cérebros alheios vou sempre postar alguma foto aqui. Ta aí a primeira do festival Metal Mecânica que trabalhei com a galera do Organi'c em Florianópolis nesse ano ;)

Valeu! Abraços!